Ivo, Ivan, Nildo, Ildo, também Vanildo. Já se chamara por todos esses nomes, e alguns outros apelidos. Nunca repetia, para evitar conexões indesejadas. Se mudara cinco vezes de casa e três de cidade, sempre fugindo de algo, sempre à procura de algo.
O fato é que
Ivanildo — assim estava na certidão de nascimento — tinha problemas, não
apenas com o nome, mas consigo mesmo. Primeiro e único filho de pais solteiros
de baixa renda, perdeu sua primeira infância ouvindo os gritos da mãe enquanto
apanhava de forma brutal e cruel, e xingada repetidamente pelas dificuldades da
vida. Nunca assistira, pois seu pai — preocupado com ele — o levava para o
banheiro com alguns brinquedos. Via apenas as marcas nos dias seguintes,
eventualmente o nariz da mãe ainda sangrando.