Se eu não morresse nunca ! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas. (Cesário Verde 1855-1887)







quarta-feira, 30 de março de 2016

NUNCA MAIS!



      


Ivo, Ivan, Nildo, Ildo, também Vanildo. Já se chamara por todos esses nomes, e alguns outros apelidos. Nunca repetia, para evitar conexões indesejadas. Se mudara cinco vezes de casa e três de cidade, sempre fugindo de algo, sempre à procura de algo.
O fato é que Ivanildo ­— assim estava na certidão de nascimento — tinha problemas, não apenas com o nome, mas consigo mesmo. Primeiro e único filho de pais solteiros de baixa renda, perdeu sua primeira infância ouvindo os gritos da mãe enquanto apanhava de forma brutal e cruel, e xingada repetidamente pelas dificuldades da vida. Nunca assistira, pois seu pai — preocupado com ele — o levava para o banheiro com alguns brinquedos. Via apenas as marcas nos dias seguintes, eventualmente o nariz da mãe ainda sangrando.

sábado, 5 de março de 2016

UMA FESTA MUITO LOUCA




— Como é que esses idiotas se dizem especialistas em índios, se não são índios? Epa! Junto àquela parede eu vi uma bunda peluda engatinhando. Quê loucura esta festa!