Se eu não morresse nunca ! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas. (Cesário Verde 1855-1887)







sábado, 14 de julho de 2018

TERRA, PLANETA LIXO



  O modelo de produção usado desde a Revolução Industrial consiste em transformar a natureza em lixo. Essa é a convicção que ficamos ao ler “Capitalismo Natural”, de Paul Hawken. De fato, as cadeias de produção nos oferecem quaisquer tipos de produtos para o bem-estar material, que, mais tempo menos tempo, dependendo do nível de reciclagem, serão descartados como lixo.


Essa revolução teve a indústria como causa de significativas mudanças econômico-sociais, ao substituir a manufatura artesanal pela industrial. Desde então, com novas máquinas, processos e tecnologias, a capacidade de desenvolvimento material da humanidade expandiu-se como se não houvesse limites. Vale lembrar que, a partir da revolução industrial, destruiu-se mais natureza do que em toda a história anterior da humanidade. E o produto final desse modelo pode ser visto nos aterros e lixões existentes em qualquer aglomeração humana, mas também nos mares, onde não há humanos.

Por alguns séculos, houve farta disponibilidade de capital, mão de obra e recursos naturais, os clássicos fatores de produção, embora o capital natural venha declinando rapidamente, apresentando já sinais de esgotamento. Por capital natural, entende-se o conjunto dos conhecidos recursos usados pela humanidade, especialmente os organismos e sistemas vivos que permitem a vida humana neste planeta.

Muitos desses recursos estão se deteriorando num ritmo sem precedente, em velocidades maiores do que a capacidade de sua regeneração natural.

A nova revolução que já se apresenta tem como protagonista a Natureza e, se de um lado sobra capital financeiro e trabalho, o capital natural decresce rapidamente, e os limites da prosperidade deixam de ser determinados pela capacidade industrial ou tecnológica, mas pelo conjunto dos recursos naturais.

Não é à toa que a China e países do entorno não querem mais receber as centenas de navios com “lixo reciclável” americano. O descarte continuado da quantidade gigantesca de lixo que ainda sobra após a separação do reciclável inviabilizaria a vida em nosso planeta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário