A terapia de escrita, writing therapy
ou expressive writing, é uma forma de terapia pela expressão,
que usa o ato de escrever e processar a palavra escrita como terapia.
A maioria de nossos transtornos
psicológicos decorre de traumas decorrentes de algum evento passado, devido ao
significado que demos a isso. As terapias através da expressão nos permitem reviver
aquele evento, para que possamos dar um novo significado e tornar suportável
aquela experiência geradora de trauma. Ao ressignificar um evento traumático,
mudamos nossas emoções frente àquilo, e passamos a viver em paz com aquela
experiência até então dolorosa, como se reescrevêssemos a nossa história.
Como tratamento clínico, já
largamente usado em muitos países, a terapia pela escrita já é uma ciência e,
como tal, submete-se às práticas recomendadas pelos estudos e experiências.
A atividade de escrita, mesmo sem a supervisão de terapeutas ou sem a
disciplina indicada em tratamentos já formatados, põe o escritor em contato
constante com seus sentimentos e emoções já experimentadas, especialmente
aqueles geradores de traumas emocionais, pois é daí que nasce o primeiro
impulso — absolutamente emocional — que resultará na criação de um texto.
A escrita expressiva, como forma de terapia de escrita, tem sido muito
estudada e desenvolvida desde os anos 80. Embora os estudos estejam voltados
para encontrar a melhor metodologia a ser empregada, não há como negar o efeito
terapêutico que a escrita exerce sobre qualquer pessoa, escritor ou não
escritor, seja ao escrever um romance histórico de mil páginas ou, ao escrever
uma pequena crônica do cotidiano em seu diário.
Independentemente de nos considerarmos ou não escritores, a criação de
narrativas a partir de nossa história permite um novo olhar e um novo
significado das experiências traumáticas pelas quais passamos, por menores e
mais comuns que possam parecer.
E se alguém disser “É! Mas tem alguns escritores que não são bem certos!”, podemos
responder com convicção “Imagina como seriam essas pessoas se não escrevessem”.
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