Se eu não morresse nunca ! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas. (Cesário Verde 1855-1887)







quinta-feira, 31 de maio de 2018

TERAPIA PELA ESCRITA


A terapia de escrita, writing therapy ou expressive writing, é uma forma de terapia pela expressão, que usa o ato de escrever e processar a palavra escrita como terapia.


A maioria de nossos transtornos psicológicos decorre de traumas decorrentes de algum evento passado, devido ao significado que demos a isso. As terapias através da expressão nos permitem reviver aquele evento, para que possamos dar um novo significado e tornar suportável aquela experiência geradora de trauma. Ao ressignificar um evento traumático, mudamos nossas emoções frente àquilo, e passamos a viver em paz com aquela experiência até então dolorosa, como se reescrevêssemos a nossa história.

Como tratamento clínico, já largamente usado em muitos países, a terapia pela escrita já é uma ciência e, como tal, submete-se às práticas recomendadas pelos estudos e experiências.


A atividade de escrita, mesmo sem a supervisão de terapeutas ou sem a disciplina indicada em tratamentos já formatados, põe o escritor em contato constante com seus sentimentos e emoções já experimentadas, especialmente aqueles geradores de traumas emocionais, pois é daí que nasce o primeiro impulso — absolutamente emocional — que resultará na criação de um texto.

A escrita expressiva, como forma de terapia de escrita, tem sido muito estudada e desenvolvida desde os anos 80. Embora os estudos estejam voltados para encontrar a melhor metodologia a ser empregada, não há como negar o efeito terapêutico que a escrita exerce sobre qualquer pessoa, escritor ou não escritor, seja ao escrever um romance histórico de mil páginas ou, ao escrever uma pequena crônica do cotidiano em seu diário.

Independentemente de nos considerarmos ou não escritores, a criação de narrativas a partir de nossa história permite um novo olhar e um novo significado das experiências traumáticas pelas quais passamos, por menores e mais comuns que possam parecer.

E se alguém disser “É! Mas tem alguns escritores que não são bem certos!”, podemos responder com convicção “Imagina como seriam essas pessoas se não escrevessem”.

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