Se eu não morresse nunca ! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas. (Cesário Verde 1855-1887)







quarta-feira, 30 de novembro de 2016

ALTERAÇÃO DE QUADRO




Antes de atender o telefone fixo tocando alto, olhei para o relógio de parede, exatamente sete horas. Sexta-feira, sete horas da manhã.

Interrompi o café e atravessei a sala já sabendo o que seria.

— Alô!

— Bom dia! Aqui é do Hospital Ernesto Dorneles, gostaria de falar com o Senhor Miguel Zabalea.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

SALA DE EMBARQUE, em vendas na Editora Metamorfose

http://www.editorametamorfose.com.br/945/sala-de-embarque





O geólogo João Camilo, ao insistir numa tese de mestrado atípica, não imaginava que a pesquisa de campo durante 30 dias num aeroporto provocasse um reencontro tão intenso com seus conflitos pessoais.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

AUTOESTIMA E (FALTA DE) CONHECIMENTO



Em situações frequentes e historicamente recorrentes — a pouco nas Olimpíadas —, ouve-se muito sobre nosso complexo de vira-latas. Tal complexo seria — na opinião de muitos — uma das principais causas que travam nosso desenvolvimento como povo e nação. Essa expressão, criada por Nelson Rodrigues após a derrota no jogo final da Copa de 1950 para o Uruguai, traduz a “inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo.” E o próprio criador explica que “não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima”.

sábado, 9 de julho de 2016

LIVRO SOCIAL, você já ouviu falar?






Escolhemos o Lar Santo Antônio dos Excepcionais para o teste do projeto "LIVRO SOCIAL". Quer colaborar?

segunda-feira, 30 de maio de 2016

UM ANO QUIXOTESCO



Todo brasileiro conhece algo de Dom Quixote, não é mesmo?
Trinta adaptações para o cinema, sabe-se lá quantas para o teatro — adulto e infantil —, o mesmo para a dança — em vários gêneros —, na música — da ópera de Massenet a Tom Zé —, na literatura infantil — desde Monteiro Lobato às adaptações para HQ —, e na obra original — com dezenas de edições no Brasil —.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

UM PASSEIO PARA NÃO ESQUECER






Olha só o que me aconteceu ontem à noite. Eu tinha relatado em meu blog uma história que se passou lá em Bagé, parece que na década de 90. Meu único interesse era o registro histórico, talvez contar sobre o golpe do baú e da barriga, para que os jovens saibam sobre essas coisas. Só isso. E também postei, no Face, um link para o texto.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

NÃO VAI TER GOLPE !



          

             Não só eu, mas todo mundo se virou para ver quem era o cara que gritou aquilo. Eu reparei que algumas pessoas até sorriram, mas a maioria não! Mesmo as que sorriram, tinham cara de espanto.

terça-feira, 5 de abril de 2016

NEM ANJOS, NEM DEMÔNIOS



Ângelo. Assim a mãe decidiu chamar o primogênito recém-nascido. Ângelo, porque tinha cara de anjo.
Embora a mãe fosse costureira e o pai, torneiro mecânico, Ângelo teve tudo do bom e do melhor. Colégio, livros, tênis, mochila. Bicicleta, bola de futebol. Televisão e videogame. O menino cresceu forte, bom, amoroso. A mãe, com os dedos furados de tantas agulhas, o pai, de pele encardida da graxa das máquinas, acreditavam que o menino teria um futuro brilhante. Coisa de anjo mesmo.

quarta-feira, 30 de março de 2016

NUNCA MAIS!



      


Ivo, Ivan, Nildo, Ildo, também Vanildo. Já se chamara por todos esses nomes, e alguns outros apelidos. Nunca repetia, para evitar conexões indesejadas. Se mudara cinco vezes de casa e três de cidade, sempre fugindo de algo, sempre à procura de algo.
O fato é que Ivanildo ­— assim estava na certidão de nascimento — tinha problemas, não apenas com o nome, mas consigo mesmo. Primeiro e único filho de pais solteiros de baixa renda, perdeu sua primeira infância ouvindo os gritos da mãe enquanto apanhava de forma brutal e cruel, e xingada repetidamente pelas dificuldades da vida. Nunca assistira, pois seu pai — preocupado com ele — o levava para o banheiro com alguns brinquedos. Via apenas as marcas nos dias seguintes, eventualmente o nariz da mãe ainda sangrando.

sábado, 5 de março de 2016

UMA FESTA MUITO LOUCA




— Como é que esses idiotas se dizem especialistas em índios, se não são índios? Epa! Junto àquela parede eu vi uma bunda peluda engatinhando. Quê loucura esta festa!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

MENOS SAL, MENOS RANÇO


Doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, envelhecimento precoce, doenças autoimunes, perturbação à formação óssea e osteoporose, desidratação das células, aumento do fluido circulante no corpo, cálculo renal, doença renal crônica, enfraquecimento do sistema imunológico, cefaleia, delírio, parada respiratória, alterações do paladar, redução do metabolismo celular, colapso renal, acidente vascular cerebral.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

EU E A BARATA

Eu não mato baratas. Digo que as tenho nojo. Isso é parte da verdade, pois, de resto, também tenho pena da matá-las. De uma forma menos intensa, isso ocorre em relação a formigas, moscas, aranhas, quase tudo, menos mosquitos. Esses eu amasso sempre que posso.
Resgatei esse assunto das baratas recentemente, com a ampla divulgação e comemoração do centenário da publicação de “A Metamorfose”, de Kafta, publicado em 1915.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

PROMESSAS PARA O ANO NOVO




Nunca fiz promessas para o ano novo, talvez por isso não tenha atingido resultados melhores. Será? Tomara que sim, pois desta vez vai ser diferente. Neste ano que inicia, eu prometo ler mais, mas prometo mais ainda, reler e fazer novas descobertas no que já li. Prometo ler novamente “Dom Casmurro” e investigar em cada entrelinha se aquela Capitolina deixou alguma pista que justifique as suspeitas de sua possível traição. Já pensou se eu encontro? Prefiro que não.