Se eu não morresse nunca ! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas. (Cesário Verde 1855-1887)







quarta-feira, 27 de agosto de 2014

MARINAR, VERBO TRANSITIVO DIRETO




Marina marina o salmão!
Diz o dicionário que “marinar” significa deixar o alimento temperado em repouso antes de leva-lo ao fogo. Pois parece que os candidatos dos partidos hegemônicos estão sendo marinados, e depois serão levados ao fogo.

Vinte anos atrás, numa magnífica aula na UFRGS, o Prof. Francisco de Araújo Santos, filósofo e economista de ideias claras, expunha sua visão de que PT e PSDB tenderiam a ser um dia a grande força nacional de centro-esquerda. Assim como a lembrança, as palavras são minhas. Desde então, temos visto os 2 partidos de semelhantes ideologias colocarem-se em lados antagônicos na política brasileira, exercendo uma alternância de poder que tem exigido coalizões com a maioria dos demais partidos, mesmo com aqueles sem consistência ideológica, que aderem ao ganhador visando a seus próprios interesses. Na troca, viabilizam a “governabilidade”, que sai arranhada e comprometida, pois o funcionamento do governo fica refém de interesses apenas partidários.

Mesmo tendo lutado como irmãos contra a ditadura militar e pelas “diretas já”, PSDB e PT se afastaram e se opuseram com fortes rancores e eternas disputas sobre quem seria o melhor. Se é este ou aquele o pai do Plano Cruzado, ou do Bolsa Família, e por aí adiante. No que realmente importa, como democracia, estabilidade da moeda, programas sociais e crescimento econômico, esses 2 partidos olham na mesmíssima direção, e, talvez a principal diferença está nas classes socioeconômicas que representam.

A notícia boa é que a candidata a “chef” da cozinha brasileira pelos próximos 4 anos, Marina Silva, diz estar empenhada em convidar esses importantes partidos de centro esquerda a participar de seu possível futuro governo. Apesar da falta de estrutura partidária do PSD, ou da Rede Sustentabilidade que ainda não tem registro, e da aparente fragilidade de sua figura física, essa Marina Silva de pouca rejeição política, poderá sim ter forças para nos levar a uma coalizão política de centro-esquerda e nos livrar, quiçá em definitivo, da política do fisiologismo e clientelismo que nos acompanha desde sempre.

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