Se eu não morresse nunca ! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas. (Cesário Verde 1855-1887)







segunda-feira, 18 de maio de 2015

ABELHAS DE ALUGUEL E DIVISÃO DO TRABALHO




O aluguel de abelhas, ou colmeias, por apicultores, é uma prática cada vez mais frequente e importante na produção de frutas no país. Para atingir um alto nível de polinização, e o significativo aumento de produtividade das lavouras, mesmo aqueles produtores com apiários próprios tem buscado a prática de alugar colmeias. A reflexão sobre esse tema, remeteu-me à “Terceira Onda”, importante obra de Alvin Tofler da década de 70.
Esse trabalho mostra a evolução da humanidade sob a ótica da organização do trabalho. Tal como o desenvolvimento de nova práticas - aluguel de abelhas -, também a divisão do trabalho é um processo dinâmico, que busca o permanente aumento de produtividade pela otimização das aptidões e recursos.  A importância de produzir mais com menos se lança sobre as necessidades humanas, de alimentos a lazer, usando para essa produção cada vez menos insumos, de toda ordem. O aumento da produtividade minimiza o uso da natureza, reduz o custo de produção, e viabiliza que mais pessoas tenham acesso à repartição da riqueza e aos recursos necessários para viver dignamente.
A maior eficiência no uso dos meios de produção está suportada pelo desenvolvimento de novas técnicas e da ciência em geral, mas também pelos ajustes e arranjos na forma de organizar e repartir as tarefas no processo produtivo.  
Nesse amplo e dinâmico contexto, insere-se a chamada “terceirização”, ou subcontratação, em que uma empresa transfere a outras aquelas atividades que não são seu foco de especialização ou expertise. Essa forma de organização da produção não tem nenhuma relação de causa e efeito com a precarização dos direitos dos trabalhadores. Terceirização e precarização só andam juntas numa boa rima pobre para palavras de ordem em manifestações equivocadas. E quanto as tais atividades meio e fim, é possível e razoável entender que, no limite, as empresas tem apenas uma atividade fim: produzir mais, com menos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário