A primeira vez que ouvi isso foi na
crise do petróleo de 1973, a mais de quarenta anos. O autor não foi Júlio Verne
nem Mark Twain que, respectivamente, imaginaram a viagem à lua e uma rede que
conectaria o mundo cem anos antes de acontecer, mas alguém já preocupado com
práticas sustentáveis quando pensar nisso parecia um desperdício de energia. Aquela
ideia, então futurista, é hoje uma prática que se desenvolve rápida e
amplamente em vários países – inclusive no Brasil -, através de diferentes
sistemas de compartilhamento.
Em Paris, o “Autolib” funciona
como os sistemas de bicicleta já amplamente usados em algumas cidades
brasileiras. Você escolhe aderir a um plano anual, mensal ou diário, ou simplesmente
eventual, e usa o carro pagando pelo tempo de uso. Lá, há em torno de 3.000
carros, 1.000 estações de coleta e entrega e quase 100.000 usuários cadastrados.
Recentemente algumas grandes montadoras implantaram compartilhamento em Londres
e nos EUA, estimulando os compradores de seus automóveis a compartilhá-los.
Apoiando-se em pesquisas de
opinião cujos resultados indicam que as novas gerações percebem os carros tão
emprestáveis como os livros, e dão mais importância a usufruir um carro ao
invés de ser proprietário, as grandes montadoras começam a perceber que dar
soluções de mobilidade pode ser mais promissor e rentável do que produzir
carros.
Para viabilização desses
programas, é fundamental o desenvolvimento de aplicativos para uso nos
celulares, de modo a aproximar rapidamente oferta de carros e demandantes.
Quanto à isso, a todo momento a criatividade da geração z nos oferece soluções.
Desde os já conhecidos e amplamente usados buscadores de táxi, como também o
contestado UBER, ou os app de caronas inteligentes, alinham-se todos na direção
de soluções de mobilidade, aumentando a ocupação dos carros que circulam,
retirando outros carros das ruas.
Se você ainda não havia pensado
em alugar seu carro, então comece a pensar! Isso poderia lhe propiciar uma
renda extra, e, necessitando ir ao aeroporto buscar os familiares que chegam de
férias, você usaria uma linda “van” de um desconhecido qualquer. E, com menos
carros nas ruas, poderia sair de casa quando o app em seu celular avisasse que
a avião havia pousado.
Publicado no JC, 08/07/2015
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