Após uma sequência de hostilidades
em locais públicos, o ex-ministro Guido Mantega quer dar um basta nessas
agressões. Noticia-se que apresentará queixa-crime por injúria, calúnia e difamação,
contra o autor dos xingamentos de domingo 28/06, em restaurante de São Paulo,
quando almoçava com a esposa. Já houvera semelhantes ocorrências em outro restaurante,
em badalado bar da Vila Madalena, e em lanchonete do Hospital Albert Einstein. Nestas,
Mantega não conseguiu localizar os autores das ofensas.
Em declarações públicas, sua
filha, Marina Mantega apontara a “falta de educação” revelada nesse tipo de
manifestação. Embora alguns possam desdenhar do argumento, concordamos todos
que educação é algo de muito valor, e deve ser buscada em todas nossas ações. Agora,
já não há que se falar em falta de educação, mas em crimes previstos em lei.
Esses episódios, ocorridos em locais
frequentados pela elite socioeconômica brasileira, mostra nosso atraso quanto à
democracia e cidadania. Sobre Guido Mantega – ex-ministro e cidadão –, ao que
se sabe, não há acusação ou indícios de crime contra o Estado que justifique as
ofensas. Tal hostilidade, com DNA fascista, se baseia em críticas a seu
desempenho na área econômica, durante os últimos oito anos. Embora sua gestão tenha
estimulado a geração de emprego e renda, a manutenção das mesmas políticas por
demasiado tempo teria sido equivocada e, agora, pagaremos uma conta muito alta.
Se Mantega propôs e executou
políticas econômicas equivocadas, a responsável mor foi a Presidente. Se Dilma levou
o país por um caminho econômico equivocado, somos co-responsáveis, cidadãos
brasileiros, que a elegemos. Se estamos insatisfeitos com os sistemas políticos
que condicionam e infectam nossas escolhas – e eu estou! - , então assumamos
nossa parte de responsabilidade e nos envolvamos com os assuntos que nos levam
a este atual estado de coisas. Se são espinhosos e não somos afeitos a eles, nos
debrucemos sobre esses temas para entendê-los, refletir e fortalecer nossa
cidadania.
A alternativa a esse caminho é
imaginar que não temos nada a ver com isso tudo, e, como figurantes da Ópera do
Malandro, de Chico Buarque, xingar nossos homens públicos quando entrarem em bares
e restaurantes que frequentamos. Como se Geni todos fossem.
Léo : vou parafrasear JC e dizer : "Vós sois a voz daquele que clama no deserto". Desista, meu amigo. Nossa democracia é uma falácia. Fora da revolução não há salvação !
ResponderExcluir