Agora, após 6 horas de voo e um bom almoço, deixando para trás o Atlântico, aproveito o wireless do avião e publico meu texto de conclusão do curso.
"VIAGEM FICCIONAL, UMA BOA NOVA IDÉIA
Soube por um turista coreano, na
Copa do Mundo. Disse já ter estado no Brasil em viagem ficcional.
Diferentemente das viagens reais e das virtuais, em que ambas visam
exclusivamente experiências turísticas, a viagem ficcional surgiu da criação
literária. Deve trazer informações verdadeiras sobre os locais visitados, mas
também, e principalmente, permitir ao autor a criação de ficções, que não são
propriamente mentiras, pois não podem confrontar a realidade e devem ter forte
verossimilhança.
Por ex., ao viajar ficcionalmente
a Portugal, seria inverdade um encontro com Saramago — falecido em 2010 —, mas podemos ter um encontro inesperado e
interessante com a filha de seu personagem Cipriano Algor — uma ficção —. Mesclando relatos jornalísticos e narrativas
ficcionais, desenvolvemos criação literária, conduzindo o leitor por novas
experiências.
Simultaneamente ao crescente interesse
das pessoas em viajar ficcionalmente, também as cidades tem investido em conteúdos
na internet, por entender que essa divulgação abre as portas para o turismo
presencial.
Como voluntário de um programa de
viagens ficcionais, visitei São Tomé, Luanda, Maputo e Lisboa com arredores, escolhi
voos e hotéis, estive em lugares, encontrei pessoas, decidi onde comer e passear,
como qualquer turista faria. Mas também relatei — em blog e Facebook — e
construí personagens, com quem tive conversas agradáveis e enriquecedoras. Ao embarcar de retorno, senti saudades."
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